Comprovado: podemos ser produtivos em semanas de 4 dias de trabalho

Na Finlândia mais de 80% dos trabalhadores já podem optar pela semana de 4 dias, e deu tão certo que até o PIB cresceu.

Alguém me disse que esse mês de abril cheio de feriados é a prova de que podemos ser produtivos em semanas de 4 dias, e vou te dizer: não sei se prova alguma coisa, mas que faz pensar, faz.

Pra quem precisa de provas mais consistentes, um bom caminho é olhar o que a Finlândia fez: hoje mais de 80% da força de trabalho de lá já pode optar por fazer só 4 dias por semana (mantendo o mesmo salário).


Sanna Marin, a primeira-ministra da Finlândia que é grande defensora da jornada semanal de 4 expedientes.

Os finlandeses começaram a testar a semana de 4 dias em 2019, com 1% da força de trabalho – e deu tão certo, que o PIB do país cresceu 5%, e o desemprego permanece baixíssimo, estacionado na casa dos 3%.

Os finlandeses definiram uma estratégia baseada em eliminar ineficiências.

E o mais interessante: ao invés de se limitar a tentar fazer a produção de 5 dias caber em 4 (como foi o teste da Bélgica), os finlandeses definiram uma estratégia baseada em eliminar ineficiências.

Na rodada de testes participaram profissões variadas (da professora de jardim de infância aos funcionários do hospital, passando por indústria, comércio e escritórios), e todos foram orientados a remover passos desnecessários nos procedimentos, reduzir reuniões que não traziam valor, e melhorar a priorização.

O resultado vem sendo estudado atentamente, não só na Finlândia como no exterior, e as pesquisas confirmam: "a produtividade permaneceu a mesma ou melhorou na maioria dos locais de trabalho". Ao mesmo tempo, os trabalhadores relataram estar menos estressados, menos expostos aos riscos de burnout, e com mais tempo e oportunidades para suas vidas pessoais e familiares, hobbies e até para o consumo.

O sucesso alcançado pela Finlândia inspira outros países: a Espanha já apresentou seu piloto de três anos envolvendo 6.000 trabalhadores, enquanto a Alemanha, o Reino Unido, Portugal e a Nova Zelândia, entre outros, também estão testando ativamente modelos de semana de trabalho mais curtos, cada um adaptando o conceito à sua própria dinâmica do trabalho.